terça-feira, 29 de julho de 2008

O casamento


Hoje em dia já ninguém fica casado para sempre?

Todos os dias abro uma revista e lá vem mais um divórcio. E não, não é daqueles que se casaram há meia dúzia de meses depois de terem andado 3 semanas aos beijos. É daqueles que casaram, que tiveram filhos, que fizeram férias juntos, que parece mesmo que se amaram...

Não é um cenário animador. Já não há histórias que acabam com um "e viveram felizes para sempre"? Já não há príncipes e princesas encantados?

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A minha amiga

Ontem recebi daqueles telefonemas que nunca se quer receber na vida. Ontem tive aquela sensação a que os populares chamam "sentir o chão a fugir debaixo das pernas".

A minha contabilidade de amizades é muito simples de fazer, porque são poucas, mas deliciosamente boas e presentes.

E ontem, uma dessas amigas, telefonou-me para dizer que estava doente. Tinhamos um almoço combinado e ela não podia ir. E não, não estava constipada, nem com gripe, nem com dores de barriga. Está doente. Doente mesmo. E eu não queria acreditar no que ela me estava a dizer.

Ela tem 3o anos, uma filha de um ano e meio e quando se quer pensar numa pessoa bem-disposta, quando se quer pensar numa pessoa com energia, quando se quer pensar em alegria pensa-se nela. E ela está doente. E de repente, como se o passar dos minutos pudesse roubar todas as histórias que vivemos juntas, recordo-me de cada pormenor de cada momento que partilhámos. "Vira a página, Mónica" - quando estudavamos juntas e ela teimava em fazer a revisão da matéria já deitadas. As gargalhadas no centro de fotocópias quando achámos que o nosso cérebro já não aguentava mais uma hora de estudo e decidimos fazer cábulas. As conversas intermináveis ao telefone. As danças no meio de sessões de estudo. Os scones. O bacalhau no forno. As panquecas. As lágrimas cada vez que o nosso coração nos pregava partidas. Depois os filhos. Os maridos.

Não é por acaso que logo quando soube que estava grávida do Tiago pensei que queria que fosse ela a madrinha dele. Não é por acaso que o Tiago a adora. Não é por acaso que ela me faz rir perdidamente. Não é por acaso que é no ombro dela que choro tantas vezes.

Agora ela está doente. Mas eu sei, minha querida amiga, que tens força e que se se não tiveres tens muita gente que te ama à tua volta para te dar.

Adoro-te.

domingo, 6 de julho de 2008

O regresso


Falta uma semana e uma dia para voltar. Voltar a andar de elevador, carregar no n.º5, dizer bom dia a pessoas que não me dizem nada, ver caras parvas, homens que acham que para além de serem giros são óptimos profissionais, mulheres mal-vestidas que rosnam como cães, engatatões, pseudo-intelectuais, cabeças armadas em engraçadas, totós armadas em jornalistas que quase nem o nome sabem escrever, etc, etc. Há coisas boas ali? Deve haver. Infelizmente, agora não me lembro de nada...

sábado, 5 de julho de 2008

Monte dos Parvos


Há uns dias mudámos de casa. Digo mudámos de casa como podia dizer "fomos de férias", mas quem tem filhos pequeninos sabe que o verdadeiro sentido de ir de férias é impossível de ser utilizado nestas ocasiões... Por isso, volto a dizer que há uns dias mudámos de casa. Estivemos uma semana numa coisa que se chama Monte dos Parvos. Nome engraçado, não é? Nós também pensámos isso e não precisámos de muita imaginação para perceber o porquê de tal nomenclatura. À chegada fomos recebidos pela D. Maria Teresa, ou Teresinha como a chama a D.Eva - único ser afável naquele monte. Os sorrisos não foram muitos, a simpatia também não, mas não me incomodou por aí além. A parvoíce começou a aparecer mais tarde e de forma bastante vincada.
A foto em cima dá para ver que o sítio até é giro e que tem todo o potencial para ser uma "muda de casa" simpática e bem passada. Tem tudo, mas não foi. Ainda hoje estou para perceber como é possível que um casal tenha um monte daqueles e trate os hóspedes com arrogância, antipatia, quase com incómodo por alguém estar a ocupar um espaço que é deles, mas pelo qual está a pagar. Exemplos? "D. Maria Teresa - Ainda bem que o vejo! (sim, não houve boa tarde antes da frase) António - Boa tarde! D. Maria Teresa - Não pode deixar o carro assim estacionado (imaginem um tom de voz áspero e antipático). Se eu quero dar a volta não consigo. (virou as costas e mais nada)" Mais um? Último dia. Visita para ir buscar o dinheirinho. "D. Maria Teresa - Então gostaram? António - Gostámos de umas coisas, de outras nem tanto. D. Maria Teresa - Do que é que não gostaram? António - Das camas, por exemplo. Os colchões já tiveram melhores dias. Mónica - São de um desconforto brutal. António - Acordamos só com o barulho que as molas fazem. (estão a pensar num pedido de desculpa???) D. Maria Teresa - Eu sei por que isso acontece... António - Sabe?! D. Maria Teresa - Sim, as pessoas chegam aqui, mexem nas camas, é natural que não há mobiliário que aguente..." Desculpe????? Diga lá isso outra vez! Então eu chego 10cm a cama para junto da parede para o meu filho que dá cambalhotas a dormir não se atire lá para baixo e foi isso que rebentou com as molas, com o estrado e seja lá mais com o que for?! Será que a D. Maria Teresa já ouviu falar em renovação do mobiliário? Será que ela já ouviu dizer que os tarecos que põe naquelas casas, que até têm imenso potencial, estão mais velhos que o elefante do Jardim Zoológico? Será? Duvido.
Por isso, Monte dos Parvos não podia ser mais adequado. Aquele homem e aquela mulher são arrogantes, incovenientes, rudes, antipáticos e, naturalmente, muito parvos. Nós é que não somos parvos de voltarmos lá para sermos tratados com tanta falta de educação e delicadeza.