sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cheiros

Fui à Confeitaria do Marquês comprar uma sandes de panado. Não havia. A senhora do balcão sugeriu-me uma de tirinhas de carne com coentros. Pedi para embrulhar e trouxe. Mas o que tenho mesmo na memória é o cheiro a chulé que o senhor de cinquenta e poucos anos que comia uma sopa ao meu lado tinha nos pézinhos. E tomar banho, não? E pôr o sapatos a arejar, também não?
Ainda estou agoniada...

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Cebola

Gosto de bifes à cebolada, gosto de arroz frito com cebola, gosto de refogados (não de cabelos e corpos a cheirar a refogado), mas não gosto de cebola crua. Por isso, senhores cozinheiros do Go Natural, o que é que se passa na vossa cozinha? Receberam um carregamento de toneladas e toneladas de cebolas e agora para não se estragarem têm que pô-la em todos os pratos? Chapata de camarão com molho de ervas e... CEBOLA. Massa com camarão e... CEBOLA. Wrap de camarão com molho tailandês e... CEBOLA. Chapata de sapateira e... CEBOLA. E a cebola é em cubos de 3 metros por 4 ou em rodelas de diâmetros de 7,5m. Qualquer dia o mascarpone de maracujá, a mousse de limão ou o cheesecake também vêm adornados com este pitéu.
Arghhhh, que vómito.

Ping Pong #1

A Alexandra, a minha colega do lado direito, aquela a quem eu gosto de chamar "menina Ho", lançou-me um desafio. Então, no blogue da vizinha podem encontrar o desafio, basta procurarem a primeira partida de Ping Pong que a menina Ho me lançou.

A minha raquetada está aqui. A resposta da vizinha surgirá dentro de dias ou quando bem lhe apetecer!

Aquele sorriso, aqueles dentes rectilíneos que ele escovava ciclicamente de três em três horas para mostrar ao mínimo esgar de boca de alguém que por ele passasse, estava esgotado. Ele, aquele homem que durante anos, uma vida inteira – que no caso dele se resumia a 37 anos, seis meses e cinco dias – se tinha feito passar por extrovertido, não aguentava mais a farsa. Era um homem tímido. Não gostava de falar. Não gostava que o abordassem sem conhecimento prévio. Não gostava que lhe tocassem, que lhe mexessem nas mãos, que roçassem os lábios nas bochechas, que lhe dessem palmadas fortes nas costas. Ele já não tinha tempo e já não podia desperdiçar essa falta de horas de vida. O médico tinha sido peremptório. Por isso, era agora ou nunca. E o nunca estava logo ali de olhos esbugalhados a olhar para ele.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Podem ter orgulho em mim, meus queridos filhos

Tiago e Madalena, a vossa mãe não é nem de longe nem de perto a melhor jornalista de Portugal, nem de Lisboa, nem do jornal onde trabalha. Mas de uma coisa podem ter a certeza, a vossa mãe é uma pessoa séria, que não achincalha ninguém e que faz o trabalho com a maior honestidade possível. E, acima de tudo, a vossa mãe é uma profissional que se orgulha de trabalhar bem com essa ferramenta que é a língua portuguesa. Se algum dia uma senhora loira, que diz que canta, que sonha com anjinhos e outras coisas tão interessantes como estas vos disser que a vossa mãe não sabe escrever, vocês soltem uma gargalhada e virem-lhe as costas. Essa senhora escreve "pudermos" com "o" e "há" sem "h" (só para dar uns exemplos).
Em relação ao uso da Língua Portuguesa, pelo menos em relação a isso, vocês podem ter orgulho em mim.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Sabedoria

"Porque será que quanto menos as pessoas têm para dizer, mais o dizem da maneira mais pomposa e pedante possível? Será para enganarem os outros ou para se enganarem a si próprios?"

in "O Jogo do Anjo", de Carlos Ruiz Zafón

Patrocínio

Alguém me arranja um patrocínio para calças de criança e ténis? O Tiago joga à bola 12 horas por dias e as calças e ténis andam a ressentir-se disso. Não há bolsa de mãe que aguente...