segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Dores de crescimento #2


O sonho de qualquer mãe é ver os filhos crescerem saudáveis, lindos, enérgicos, cheios de gracinhas e de conhecimentos novos todos os dias. E que bom é ver isso acontecer todos os dias. Que bom e doloroso! É sinal que, dia menos dia, já não querem beijinhos à entrada da escola, não querem o colo que cura todas as feridas, não querem adormecer de mão dada com o papá e a mamã, não querem jogar à bola no corredor lá de casa, não querem pintar o sofá, não querem fazer fitas para comer. Enfim, querem crescer.
Ontem, enquanto a chuva não dava tréguas e a Madalena dormia a sesta, passei uma hora apenas e só com o Tiago. O que eu descobri? Que ele, com 4 anos e cerca de 5 meses, já sabe escrever o seu próprio nome. Simplesmente emocionante e assustador! Está um homem e isso dói-me tanto!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Coisas de que eu não gosto nas pessoas

Não gosto de quem está 24 horas a rir. É impossível estar-se sempre feliz. Era bom, mas não é realizável, logo, soa a falso.
Não gosto de pessoas arrogantes (já sei que alguém vai dizer que eu também sou). Lá porque se é bom a fazer o que quer que seja (e às vezes nem se é), a humildade fica sempre bem.
Não gosto de pessoas sem valores. Preservar a amizade, por exemplo, é coisa rara, mas fica sempre tão bem.
Não gosto de pessoas que criticam, mas não fazem nada para mudar.
Não gosto de pessoas sem sentido de humor.
Não gosto de pessoas burras.
Não gosto de pessoas sem vontade de aprender, logo, sem vontade de evoluir.
Não gosto de pessoas que falam pelos cotovelos.
Não gosto de pessoas egocêntricas.

sábado, 7 de novembro de 2009

As mulheres e os homens da minha vida

O Tiago. O meu primeiro filho. A primeira prova daquele amor que dói, que faz rir, que faz ter medo, que faz perceber que há coisas que nunca acabam. Como o amor de uma mãe por um filho. A emoção de ouvir alguém, pela primeira vez na vida, olhar para mim e chamar "mamã"; a emoção da sua mãozinha pequenina, ingénua, malandra, teimosa, doce sobre a minha; a emoção de um dia ter ouvido um coração pequenino, mas cheio de força, a bater dentro da minha barriga. E o medo, o medo de falhar, o medo de não saber responder a todas as perguntas que ele tem e terá sempre para me fazer.

A Madalena. O desafio. Uma casa prestes a dar em louca e de repente os sorrisos começaram a chegar. Uma vitória. Agora uma pequena diabinha, cheia de charme, de tiques de menina, de gestos de sedução. Doce e rebelde. Ou rebelde e às vezes doce. A prova de que o amor de mãe tem espaço para muitos filhos e é do mesmo tamanho para todos. Afinal, não era preciso ter tido tanto medo de que a coisa podia não ser bem assim.

A minha mãe. O cordão umbilical que nunca foi cortado. A cumplicidade. As horas passadas a falar de botões, de penteados, de amor, de desilusão, de filhos, de receitas, de viagens, de medos, de conquistas, de perdas, de sonhos, de calorias, de medicamentos, de champôs, de maridos, de livros, de músicas, de tudo. A mão que está sempre lá. Acima de tudo, o colo que uma mulher de trinta também precisa.

O meu pai. A relação mais difícil e mais intensa. O homem mais frio e o coração mais doce que algum dia conheci. Os olhos mais gélidos e que mais lágrimas vi deitar. Um homem de poucas, raras palavras, mas que falou (quase) sempre que eu precisava de ouvir um mimo ou um raspanete. Um homem que se preocupa, à sua maneira, e que me encheu de barras de sésamo quando engravidei da primeira vez. Doido por mim... à sua maneira!

O António. O homem que me ama. Que atura os meus dias não - que até têm sido muitos - e que depois é capaz de me surpreender com algo que me deixa de lágrimas nos olhos e sorriso nos lábios. O homem que me incentiva a seguir o meu sonho, que me dá força, que se zanga, se ri, que me faz zangar, stressar (actividade que ele detesta), chorar, mas que, acima de tudo, e com todos os altos, baixos, curvas, marchas atrás e pontos de interrogação me faz ter a certeza que é o tal. Para o bem e para o mal.

O Manel. Ah, o Manel. É o meu segundo pai. A pessoa com quem já tive as discussões mais violentas, mas que dá os melhores e mais apertados abraços do mundo. O eterno professor em busca da perfeição tão difícil de existir. O homem capaz de dizer a frase mais dura que rasga qualquer coração de estufa, para logo a seguir consertá-lo com mimos e mais palavras, desta vez mais saborosas. O homem capaz de dar a volta ao mundo só para concretizar um sonho que raramente é o seu.

A avó Angelina. Porque dá conselhos tão sábias como "está sempre arranjada porque o teu marido está sempre com mulheres bonitas à volta!" Uma sábia com voz alta e gargalhada muito sonora. Linda, sempre.

A avó Adozinda. Neste momento, a saudade. Outrora, as histórias, a calma, os sorrisos, as palavras doces e pausadas. Que saudades, vó!

O avô Carvalho. Neste momento, também a saudade. A saudade das piadas, do sentido de humor, da alegria, do amor, da ajuda, dos olhos já tão cansados por trás daqueles óculos. A brincadeira, tanta, tanta, tanta, tanta brincadeira.

O avô Abílio. As saudades, também. Embora sisudo, quase sempre zangado com a vida, raros sorrisos, mas com uma mão doce e surpreendentemente meiga. Fanático pelo FC Porto (ainda bem que não está a ver esta época tão fraquinha), geria o seu humor consoante os resultados (felizmente muito bons nos últimos tempos!).

Claro que há mais mulheres e homens da minha vida. Há as fantásticas tias, sempre boas ouvintes, sempre prontas para uma boa gargalhada ou para uma sessão de choro; a Michelle, a prima mais irmã deste mundo; o Nuno, o primo capaz de encher uma casa de sorrisos só com uma simples mensagem; a Carla, a prima longíqua sempre com pensamentos positivos; a Ana, a amiga com um problema de telefones, mas a mais genuína; a Marisa, a amiga com o humor mais requintado deste mundo; a Célia, a amiga que me dá paz.

Escrevo isto hoje porque hoje acordei feliz e há muito tempo que não acordava assim. E escrevo isto para reler sempre que me armar em parva e achar que a vida não me está a correr lá grande coisa. Escrevo para me lembrar que tenho muitas pessoas que me fazem feliz.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Voltar à infância é...


... ter sempre bolachas maria no armário e comê-las aos pares untadas com manteiga.