sexta-feira, 30 de julho de 2010

António Feio #2

EStive com ele meia dúzia de vezes. Vi algumas das peças que ele encenou ou em que participou. Nunca me esquecerei de quando ele se esqueceu do guião na peça "Arte" e só se ria, ria, ria. E é assim que vou recordá-lo. A rir. Vou recordar as várias conversas que tivémos ao telefone, as tristes ou as que me fizeram rir. Vou recordar a conversa sobre amor quando eu fazia figas para que ele e a Cláudia Cadima voltassem a entender-se. Vou recordar o entusiasmo com que ele disse que ia ser homenageado pelo PR. Vou recordar os insultos que ele fez ao jornal onde eu trabalhava. Vou recordar os telefonemas cheios de mau humor. Vou recordá-lo, simplesmente. E vou recordar isto:

"É óbvio que vou morrer mas isso todos vamos. O que me assusta não é a morte, é viver mal a vida. (...) Há um ano eu era um homem diferente. Passei a dar mais atenção às coisas fundamentais, os amigos, os filhos."

24horas, Março de 2010

1 comentário:

elena disse...

olá Mónica, quanto tempo!
Estive estes 4 dias em Paredes de Coura e vi na tv que falavam da morte do António feio, eu que não ouvira nunca falar dele.
Achei que toda a gente sentia a sua morte duma forma verdadeira, e isso acontece poucas vezes.