Ontem recebi daqueles telefonemas que nunca se quer receber na vida. Ontem tive aquela sensação a que os populares chamam "sentir o chão a fugir debaixo das pernas".
A minha contabilidade de amizades é muito simples de fazer, porque são poucas, mas deliciosamente boas e presentes.
E ontem, uma dessas amigas, telefonou-me para dizer que estava doente. Tinhamos um almoço combinado e ela não podia ir. E não, não estava constipada, nem com gripe, nem com dores de barriga. Está doente. Doente mesmo. E eu não queria acreditar no que ela me estava a dizer.
Ela tem 3o anos, uma filha de um ano e meio e quando se quer pensar numa pessoa bem-disposta, quando se quer pensar numa pessoa com energia, quando se quer pensar em alegria pensa-se nela. E ela está doente. E de repente, como se o passar dos minutos pudesse roubar todas as histórias que vivemos juntas, recordo-me de cada pormenor de cada momento que partilhámos. "Vira a página, Mónica" - quando estudavamos juntas e ela teimava em fazer a revisão da matéria já deitadas. As gargalhadas no centro de fotocópias quando achámos que o nosso cérebro já não aguentava mais uma hora de estudo e decidimos fazer cábulas. As conversas intermináveis ao telefone. As danças no meio de sessões de estudo. Os scones. O bacalhau no forno. As panquecas. As lágrimas cada vez que o nosso coração nos pregava partidas. Depois os filhos. Os maridos.
Não é por acaso que logo quando soube que estava grávida do Tiago pensei que queria que fosse ela a madrinha dele. Não é por acaso que o Tiago a adora. Não é por acaso que ela me faz rir perdidamente. Não é por acaso que é no ombro dela que choro tantas vezes.
Agora ela está doente. Mas eu sei, minha querida amiga, que tens força e que se se não tiveres tens muita gente que te ama à tua volta para te dar.
Adoro-te.
2 comentários:
Amizades assim minha querida, valem mais que tudo, e sao tao especiais.
Coragem e muita Força para a tua Amiga e uma beijoca para ti
:(
A melhor amiga de todas está doente...
Mas não há nada que a faça perder as forças...
Eu acredito e tu também, não é Mónica?
Um beijinho grande Rita
Enviar um comentário