sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Para mais tarde (não) recordar!

Há dias que ficam na nossa memória para sempre. Pelas melhores ou pelas piores razões. Quarta-feira, dia 3 de Dezembro, foi um dia assim.
Começou mal. O despertador tocou. É certo que o ouvimos, mas o cansaço acumulado no dia anterior nas 4 horas que passámos no hospital por culpa da Klebsiella Pneumoniae que afinal a Madalena não tinha deixou-nos ainda mais de rastos do que é normal nos últimos tempos.
Como ignorámos o despertador e como tinhamos que sair os quatro ao mesmo de tempo de casa - isto por culpa da Picasso que estava na oficina e que por culpa da tal Klebsiella não houve tempo para ir buscá-la - a manhã foi simplesmente um stress.
Agora tomo banho eu, agora tomas banho tu, agora eu visto o tiago, agora fazes tu a papa, agora eu visto a madalena, agora isto, agora o antónio vai comer uma rabanada e parte um dente (!), agora estamos todos prontos e o Tiago quer fazer cocó, agora toca de enfiar dois adultos, 2 crianças completamente encamisoladas, 4 mochilas e sabe-se lá mais o quê dentro de um Mini!
Em Paço d'Arcos o Mini fica logo livre do Tiago que chega 15 minutos atrasado à aula de ginástica. Eu também fico por aqui à espera do comboio...
A tarde passou-se mais ou menos não fosse a angústia de ter que fechar páginas e sair a horas decentes para ter tempo de ir buscar a Picasso, abandonada na Almirante Reis há dois dias, e voar para Carnaxide para ir buscar a pequena Madalena.
A chuva começa a estragar-me a tarde. Chego à oficina já bem encharcada e onde está o meu carro? "Está ali atrás daqueles CINCO carros!" Ah, tudo bem, só estou com um bocadinho de pressa. Vinte minutos depois lá vou eu.
Chuva em Lisboa é sinónimo de trânsito.
Uma hora e vinte minutos depois de ter saído do jornal chego à Madalena. Está cheia de sono. Ponho a chucha. Ela tira a chucha. Páro o carro. Ponho a chucha. Ela tira a chucha. Trânsito. Páro o carro. Ponho a chucha. Ela não tira a chucha e adormece. Respiro fundo. Calma, Mónica estás quase a chegar a casa...
A Avenida Tomás Ribeiro, em Linda-a-Pastora está ali à minha frente, sem carros, sem trânsito, só com uma pequena chuva e... um Peugeot a entrar pelo meu carro!
Sim, havia um Stop, sim, a francesa viu o Stop, não, a francesa não viu o meu carro porque... ele é preto! E de repente, ali estou eu, verdadeira fera a proteger a sua cria com as lágrimas a saltarem sem controlo, pego no braço da tal francesa, abano-a, dou-lhe uns safanões, umas quantas palmadas e grito-lhe bem alto ao ouvido como é que não pode ter-me visto e como pode ter posto a vida da minha filha em risco.
Sorte ou azar, o acidente foi quase em frente aos bombeiros que, tal era o meu estado de raiva, me dão como ferida ligeira e, sorte ou azar, por causa disso a polícia que já tinha chegado não serve para nada, até porque o spray que era preciso para marcar o chão acabou e não foi reposto, e é preciso esperar pela polícia de trânsito.
Entretanto chega o António, verdadeiro pai super-herói, para vir buscar a Madalena, com o Tiago já de banho tomado enrolado num cobertor e com o casaco fechado até ao nariz a perguntar-me porque estou com aquela roupa (o colete fluorescente que somos agora obrigados a usar). Vão sãos e salvos para casa. Eu fico ali...
Muito tempo depois lá chega a polícia de trânsito com lata de spray, lá saimos dali, mais umas quantas horas ao frio a preencher papéis e a fazer conversa da treta.
Quase quatro horas depois de ter saído do jornal, chego a casa.
Há dias felizes, não há?

2 comentários:

Anónimo disse...

ufff, a francesa agora, vai ter uma nova perspectiva da estradas portuguesas...

Anónimo disse...

A internet é linda, é uma rede gigantesca que une as pessoas, até as familias !!!

Comentário da tua tia lila, na 6º feira: Michelle, sabes, li no blog da Mónica, que ela teve um acidente, e ela não me disse nada!! falei com ela hoje e ela não me disse nada!!! E pelo que ela escreveu deve ter sido grave...

Conselho 1: antes de escrever no blog coisas importantes sobre a tua vida e dos teus filhos informar primeiro por telefone a familia mais próxima, sim não queremos saber que foste ferida ligeira num acidente pelo jornal da TVI...

:):):)