domingo, 29 de março de 2009

Esclarecimento

Trabalho desde os meus 20 anos no mundo cor-de-rosa, o que significa que já vai mais de uma década a tentar saber tudo da vida dos famosos. É certo que gostava de mudar de vida, mas também é certo que gosto do que faço (não adoro, mas gosto...).
Contaram-me que há uns dias, no programa "Aqui e Agora", do Rodrigo Guedes de Carvalho, houve um debate sobre o mundo cor-de-rosa. Não vi e tenho muito pena. Não por querer ouvir mais uma data de lugares comuns sobre esse acizentado mundo cor-de-rosa português, mas por a sra. dona inês castel branco se ter referido a mim, não mencionando o meu nome, é verdade, e ter enchido a boca de mentiras.
Há uns tempos, estava eu a ver umas fotos de um evento onde a sra. dona inês castel branco estava presente. pareceu-me que estava um pouco mais gordinha. estaria grávida? peguei no telefone e fiz-lhe essa pergunta. e é aqui que entra o esclarecimento. não peguei no telefone e perguntei descaradamente se ela estava grávida. fiz um pouco de conversa. ela riu-se. eu ri-me. até trocámos umas piadas. ela disse que ia já a correr fazer dieta. eu disse que não fizesse isso porque já é tão magrinha que ainda ficava com anorexia e depois escrevia para aqui a culpar-me. trocámos gargalhadas. desliguei o telefone sem sentir que tivesse ficado algum tipo de ambiente pesado entre nós (jornal 24horas) e ela. Mas afinal ficou. Ficou porque, dias depois, numa rubrica sobre a qual eu não tenho nada a dizer nem qualquer tipo de poder sobre o que é ali escrito, escarrapachou uma foto da sra. dona inês castel branco dizendo que ela está mais gordinha. A sra não gostou e achou que fui eu que escarrapachei aquela foto naquelas páginas que todas as semanas criticam ou elogiam os looks das nossas famosas. Não fui, ouviu sra. dona inês castel branco? Gostava que a sra dona inês castel branco também tivesse a coragem de assumir que quando lhe telefonei não fui mal educada consigo, que tivesse a coragem de assumir que até nos divertimos naquele telefonema, que tivesse a coragem de admitir que não a chamei gorda.
Se a sra dona inês castel branco quer que o seu trabalho seja respeitado siga uma regra simples: respeite o trabalho dos outros. E ponha a mão na consciência. Talvez durma mais descansada.

5 comentários:

Anónimo disse...

Achas mesmo que vais ser respeitada a trabalhar para esse jornal?

A dona Inês tinha toda a razão em dar aquele exemplo!

Chamas jornalismo ligar a alguem a perguntar se ela está mais gorda?

Achas te jornalista?

Por Favor!

E se ela foi simpatica e se riu, é porque é bem educada, mas isso é demais para essa cabecinha não é?

E se te sentiste lesada, imagina o que as "donas Inêses" sentem quando vocês retiram as coisas que elas dizem de contexto ou mesmo inventam o que elas não disseram!

E lixado estar, pela primeira vez, do outro lado, não é?

Já agora, tiraste um curso superior?

mónica disse...

Carissimo senhor anónimo (vou assumir que é do sexo masculino, dado que a sua falta de coragem não lhe deu capacidade para se apresentar), é um prazer tê-lo aqui no meu blog. É bom saber que há tanta gente desocupada neste país, que tem tempo para ler as palavras que uma jornalista de um jornal popular escreve nos seus tempos livres. Triste é ver como a falta de ocupação transforma as pessoas em seres desinteressantes, crentes que têm piada, astúcia, inteligência, enfim, que têm espaço na nossa sociedade.
Acredito que o querido anónimo só lê jornais e revistas de referência, só vê debates politícos quiçá em canais internacionais, sinal de uma enorme cultura. Mas agora pergunto-me: como é que conhece a sra. dona inês castel branco? As telenovelas são para gente de pobre cultura, as revistas cor-de-rosa são para imbecis, os jornais populares são para gente mesmo muito estúpida... E, afinal, você conhece-a! Incluo-o em que grupo? os de pobre cultura, os imbecis ou os muito estúpidos?

Anónimo disse...

"De todas as doenças do espírito humano, a fúria de dominar é a mais terrível."

Voltaire

Filipe Pinto disse...

A Mónica faz o seu trabalho.
E o que faz, faz muito bem.
Agora: se um indivíduo é fã de Tony Carreira, dificilmente conseguirá entender Shostakovich.

Chamemos-lhe défice cognitivo!

Curioso como os mesmos tolos que bebem de uma fonte são capazes de lhe cuspir com igual vontade.

"O anonimato é o esconderijo dos covardes"

(in "Dos Delitos e Das Penas" de Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria, 1764)

Anónimo disse...

"As ofensas, que na verdade consistem sempre na exteriorização da falta de consideração, colocar-nos-iam bem menos fora de nós mesmos se, por um lado, não nutríssimos uma representação tão exagerada do nosso elevado valor e da nossa dignidade - portanto, um orgulho desmesurado - e, por outro, se estivéssemos bastante cientes daquilo que, via de regra, no fundo do coração, cada um crê e pensa dos outros.
Que contraste flagrante entre a susceptibilidade da maioria das pessoas à mais ténue alusão de censura a seu respeito, e aquilo que ouviriam de si, caso surpreendessem as conversas dos seus conhecidos! Deveríamos, antes, ter em mente que a polidez habitual é apenas uma máscara burlesca; desse modo, não gritaríamos tão alto todas as vezes que esta fosse deslocada ou retirada por um breve instante. Todavia, quando se torna de facto rude, é como se tivesse despido todas as suas roupas e se postasse de nós in puris naturalibus (nu em pêlo). Decerto, assim o fazendo, desempenha uma figura bastante feia, como a maioria dos homens nesse estado."

Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

Filipe, o amor é lindo!